segunda-feira, 3 de maio de 2010

Falando sério ou Comentários sobre A Nova Escultura, de Clement Greenberg, 1947 por Diego BIS, 2010

Comentários sobre A Nova Escultura, de Clement Greenberg, 1947 por Diego BIS, 2010


Greenberg faz uma apologia da escultura como campo privilegiado da sensibilidade moderna, a partir de novas técnicas, materiais e da crise da pintura, anunciando questões para a arte que seriam resolvidas na escultura moderna, a nova escultura. Há uma escolha historiográfica que atribui ao cubismo o papel de precedente nos desenvolvimentos da arte contemporânea que passam pela escultura. Não por acaso, uma das trajetórias artísticas mencionadas é a de Brancusi, para além dos relevos de Arp e dos caminhos abertos por Rodin. Há uma negação dos temas e dos materiais tradicionais da escultura em favor de novas técnicas, materiais, processos e movimentos; no entanto, há uma afirmação da escultura como campo da arte.

Devemos lembrar o papel de Greenberg no deslocamento dos debates e produção de arte contemporânea para os Estados Unidos, notadamente através da promoção de Jackson Pollock e o expressionismo abstrato, num momento em que a arte se aproxima da vida e questões cotidianas, encontrando sintonias e confluência em novas formas e categorias em lugares até então excluídos do circuito internacional de idéias em torno da arte, como o Brasil.

Curiosamente, Greenberg ignora a obra e a pesquisa em torno da escultura móbile ou stabile de Alexander Calder, que faz a passagem entre Paris, então capital cultural da Europa e os americanos. Na relação de Calder com o Brasil e os arquitetos brasileiros podemos enxergar as dimensões geopolíticas do projeto construtivo no Brasil, clara também na exposição Brazil Builds, promovida pelo MoMA de Nova York em plena guerra. Greenberg está implicado nestas sutis relações e tem o seu papel como ideólogo de um determinado projeto artístico, com contornos formais, implicações políticas e limites claros.


>>Questão>> Porque este texto em especial teve tamanha significação para o projeto construtivo brasileiro? Quais são as implicações e obras que refletem estas idéias e em que momento surge a crítica?




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